sábado, outubro 09, 2010

FATO EM FOCO - TERRORISMO INTERNACIONAL - PARTE 1

FATO EM FOCO - TERRORISMO INTERNACIONAL - PARTE 2

CBN - ARNALDO JABOR.

TROPA DE ELITE 2.

EM 'TROPA 2', NASCIMENTO CONTINUA OSSO DURO DE ROER

Uma nota de desesperança permeia todo o filme e se concretiza no final

07 de outubro de 2010 | 11h 36


Reuters
Você pode tirar o capitão Nascimento do Bope (Batalhão de Operações Especiais), mas não pode tirar o Bope do Capitão Nascimento. Essa é a premissa de "Tropa de Elite 2", que chega aos cinemas de todo o país nesta sexta-feira.

Alexandre Lima/Divulgação
Capitão Nascimento agora é secretário de segurança

Trata-se do maior lançamento para um filme brasileiro até agora e promete, como o primeiro filme de 2007, ser uma das maiores bilheterias nacionais do ano, além de causar muita polêmica e até algum debate.
A controvérsia do segundo filme segue de carona naquela causada pelo primeiro que, em 2008, levou o Urso de Ouro em Berlim. Há questionamentos sobre o papel do governo, da miséria e do tráfico na violência no Rio de Janeiro e no Brasil. Não por acaso, numa das cenas em que os personagens vão ao cinema, todos os filmes em cartaz são do diretor Costa-Gavras, presidente do júri de Berlim que consagrou o primeiro "Tropa de Elite".
O filme abre com um letreiro alertando o espectador que, "apesar das possíveis coincidências com a realidade, esta é uma obra de ficção". Um toque de cinismo que parece dissolver-se ao longo das duas horas de boa e velha ultraviolência - que, em momentos catárticos, com jorros de sangue e profusão de cadáveres, parece materializar um desejo latente de parte da platéia.
Nascimento (Wagner Moura, que acaba de ser premiado no Festival do Rio como melhor ator em "VIPs") já não usa mais a farda preta do Bope. Sua roupa de trabalho em "Tropa de Elite 2 - O Inimigo Agora É Outro" passa a ser o terno e a gravata, quando é promovido ao posto de sub-secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, numa manobra do governo populista.
Como no filme original, uma narração em off reitera e explica tudo aquilo que é visto, num didatismo maçante, como se o diretor José Padilha não acreditasse apenas nas imagens e precisasse verbalizar a ação para que tudo fique bem claro. Especialmente nas primeiras cenas, quando introduz o ativista Diogo Fraga (Irandhir Santos, de "Quincas Berro D'água"), apresentado como um intelectual de esquerda, adorado pelos consumidores de maconha.
A grande ironia é que a ex-mulher de Nascimento, vivida por Maria Ribeiro, é casada com Fraga - uma pessoa diametralmente oposta a Nascimento, que foi promovido a coronel. Mathias (André Ramiro), preparado por Nascimento para substituí-lo, traz a ideologia do Bope nas veias. Ele ignora a hierarquia, o que acaba causando um massacre em Bangu, dando início à trama do filme.
As trajetórias de Nascimento e Fraga caminham para um encontro. Poderia ser a humanização do primeiro e o endurecimento do segundo. No entanto, o ativista, que logo é eleito deputado, sempre é tratado como um fraco diante das atitudes extremadas do coronel que, às vezes, lembra Rambo.
Nascimento tenta não se curvar ao jogo político do governador e dos deputados que o usam como marionete. Mas seus métodos, eficientes apesar de questionáveis, lhe dão notoriedade e legitimidade.
"Se o eleitor estava dizendo que eu era herói, não ia ser o governador que ia dizer o contrário", diz. Entram em cena, também, milícias criadas e sustentadas por policiais corruptos, que operam um esquema de segurança informal, tomando o lugar dos traficantes à custa de muito medo.
Tudo isso é usado numa eleição, envolvendo governador e deputados. Parece sintomático, embora o diretor alegue que seja apenas uma coincidência a chegada do filme aos cinemas depois da reeleição de alguns governadores e às vésperas do segundo turno.
No roteiro, assinado por Padilha e Bráulio Mantovani, surgem frases de efeito - como "faca na caveira e porrada na vagabundagem" ou "terrorista não é gente" - que saem da boca de um apresentador de TV espalhafatoso, enquanto Nascimento medita sobre os bastidores do poder e a corrupção.
Uma nota de desesperança permeia todo o filme e se concretiza no final, quando parece não haver solução para o país.
"No Brasil, eleição é negócio e o voto é a mercadoria mais valiosa da favela", diz o ex-capitão do Bope. Nascimento descobre isso a duras penas, ao perceber que algumas instituições em que acreditava são passíveis de corrupção. A ele não resta muita opção se quiser mudar o país. Qual o próximo passo do coronel Nascimento? Tentar a Presidência? (Por Alysson Oliveira, do Cineweb) 

DESFILE DIA DA INDEPENDÊNCIA - SÃO PAULO.

sexta-feira, outubro 08, 2010

TECNOLOGIA MILITAR.







AVIBRÁS E GOVERNO ACERTAM ACORDO
07 de outubro de 2010 | 0h00

Clayton Netz - O Estado de São Paulo

Em regime de recuperação judicial desde 2008, a Avibrás Aeroespacial, principal fabricante de produtos militares do País, deve assinar na próxima sexta-feira um contrato de "sociedade" com o governo brasileiro. Depende apenas da agenda dos ministros. A primeira parceria público-privada do setor de Defesa no País foi antecipada pelo Estado em agosto.

O grupo, de São José dos Campos, terá a participação do sistema financeiro da União na proporção de 15% a 25%, sem aporte direto de dinheiro. Os recursos serão obtidos por meio da conversão de dívidas da Avibrás.

O Comando do Exército e a empresa também se preparam para desenvolver um programa conjunto, o sistema Astros 2020 - lançador de foguetes de artilharia de saturação - com investimento estimado em R$ 1,2 bilhão nos próximos seis anos. Para tanto, a empresa negocia um financiamento do Banco do Brasil, que deve ser discutido com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva também na próxima semana.

No ambicioso projeto do Astros 2020, a arma passa a incorporar um míssil de cruzeiro com alta precisão e alcance de 300 quilômetros, o AV-TM e munições com maior poder de fogo. Mas o maior avanço é na área eletrônica. O painel é digital, a navegação é operada por GPS e sinais de satélite; e a central de comunicação, é criptográfica.

Ontem, durante um evento na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o ministro Nelson Jobim disse a autoridades e empresários do setor que sua maior preocupação é a manutenção da Avibrás, conforme relata a repórter Naiana Oscar. "Já conversei com o presidente e vamos fazer encomenda à Avibrás desses mísseis (Astros 2020)", disse. "Será tratada a necessidade de complementação dos mísseis que o exército importa e que seriam fornecidos pela Avibrás."

Conforme adiantou o Estado, sem essa encomenda e sem recursos em caixa a Avibrás teria de demitir cerca de 600 funcionários, além de fechar 1,8 mil vagas na rede de fornecedores. Com isso, todos os negócios internacionais e os que estão em andamento seriam colocados em risco.

O governo está disposto a firmar com a empresa um acordo comercial de 60 meses para aquisição de produtos. Isso vai permitir que o grupo negocie garantias bancárias para manter suas operações. Em 2007, a Avibrás faturou R$ 60 milhões e chegou a R$ 250 milhões no ano passado. Esse ano, segundo já divulgou o presidente da empresa, Sami Hassuani, a expectativa é de que a receita alcance os R$ 500 milhões.

Caças. Ontem, durante o evento na Fiesp, Jobim deu um novo prazo para que o governo se decida sobre a licitação para reequipar a Força Aérea Brasileira (FAB) com uma frota de novos caças. Em setembro, Jobim disse que o assunto seria definido logo após as eleições, mas como a eleição do novo presidente foi levada para segundo turno, o tema só deve voltar à pauta em novembro. "Essa é uma decisão que o presidente terá de tomar em conjunto com o presidente eleito", afirmou.

O governo prefere os aviões Rafale por conta de uma parceria estratégica com o governo da França. Mas encontra resistência em setores da Aeronáutica, que consideram os suecos Gripen melhores tecnicamente. Segundo Jobim, depois que a decisão for anunciada, será necessário ao menos mais um ano para discussão dos sub-contratos. O comandante da FAB. brigadeiro Juniti Saito, disse que o cronograma está em dia e que aguarda o primeiro caça para 2016. 

TECNOLOGIA 

Carioca Condor lança rastreador de granadas

A Condor Tecnologias Não Letais, do Rio de Janeiro, fabricante de equipamentos voltados às forças armadas e policiais, está lançando o primeiro rastreador do mundo que localiza granadas, inclusive as já detonadas, com base em sinais emitidos por ondas de radiofrequência. Segundo Frederico Aguiar, vice-presidente da Condor, o equipamento deve aumentar em 30% o faturamento da linha de rastreadores da empresa.Com receitas de R$ 75 milhões no ano passado, a Condor exporta seus produtos para mais de 40 países. Por conta de seus projetos, a companhia foi a única empresa brasileira convidada a participar do encontro das Forças Armadas Americanas, que será realizado pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos, na cidade de Las Vegas, no início de novembro.

quinta-feira, outubro 07, 2010

CBN - OPNIÃO NACIONAL - JORNALISTA LUCIA HIPÓLITO

OPNIÃO NACIONAL

O ESTADO DE SÃO PAULO - CADERNO OPNIÃO
DEMOCRACIA É ASPIRAÇÃO NACIONAL?
02 de outubro de 2010 | 0h 00

Luiz Eduardo Rocha Paiva - O Estado de São Paulo

Nas eleições presidenciais de 2002, o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva e seu partido lançaram a Carta ao Povo Brasileiro, para convencer a Nação de que não imporiam a temida guinada para o socialismo radical, com ruptura do regime democrático, caso o PT chegasse ao poder. Hoje, as posições publicamente manifestadas e algumas iniciativas do presidente da República e da cúpula do PT revelam uma disposição bem diferente da apresentada naquela carta, como se conclui, também, pelas sucessivas propostas para cercear a liberdade de imprensa; pelo 3.º Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3), com propósitos totalitários enrustidos em ilusória defesa dos direitos humanos; e pelos balões de ensaio do programa partidário num eventual governo em 2011.

A reação de setores democráticos da sociedade obrigou o governo a repetidos recuos, demonstrando não ser fácil impor um regime autoritário ao País. Quanto ao PT, sempre foi claro ser um partido com distintas correntes de pensamento, todas à esquerda, estando à atual direção sob o controle da ala radical.

Mas qual é o pensamento político do presidente Lula? O revelado em 2002 ou o atual?

Uma vez constatada essa oscilação, é natural que parte da Nação considere o presidente um adepto da esquerda radical e que a Carta ao Povo Brasileiro teria sido uma estratégia para viabilizar a ascensão do PT ao poder. Da mesma forma, outra parte pode julgar que o presidente seja um político tradicional, cujas ações visam a manter o poder pessoal e não se norteiam por valores e interesses nacionais, ao contrário do verdadeiro estadista. Para essa parcela da Nação, o presidente estaria radicalizando para controlar a ala mais à esquerda do PT, pois esta já revelou a intenção de assumir a orientação política do próximo governo, o que comprometeria sua liderança e seu futuro político. Há, ainda, a corrente otimista, para a qual o presidente é um democrata, mas se veria obrigado a usar métodos sutis, a fim de controlar as diversas correntes do PT, evitando conflitos que comprometessem a paz social.

Num hipotético cenário em que a ala radical do PT viesse a controlar o governo, ela tentaria impor um regime, no mínimo, autoritário ao País. A Nação viveria momentos de tensão, em que as liberdades individuais e o regime democrático dependeriam do poder das instituições, o qual resulta de sua força política e da vontade e maturidade da Nação. A manobra da esquerda radical reuniria pressões de cúpula e de base, exercidas por organizações e atores aliados nos Poderes da União, amplamente mobiliados pelo partido; por meio de parcerias com parcela significativa do empresariado e do setor financeiro, fidelizada e controlada via benefícios concedidos no contexto da estratégia de implantação do capitalismo de Estado, adaptado do modelo chinês; e por movimentos revolucionários, eufemisticamente chamados sociais, com suas ligações externas.

A linha de frente para neutralizar tal manobra seria composta pelos setores democráticos do próprio Executivo, pelo Judiciário e pelo Legislativo. Este último, porém, está desgastado, não tem credibilidade e grande parte dos congressistas é aliada ao governo ou dá prioridade a interesses pessoais, às vezes inconfessáveis, sendo suscetível a cooptação. São as instâncias competentes para impedir a alteração do arcabouço legal e, assim, tornar inviável a manobra da esquerda radical.

Numa segunda linha se encontra a imprensa, setor com maior capacidade de projeção na sociedade para conscientizar e mobilizar as forças democráticas para a preservação do regime. Daí ser o alvo principal das manobras da esquerda radical nos campos político e financeiro visando a silenciá-la.

E as Forças Armadas? Elas se subordinam ao poder político do Estado, impropriamente chamado poder civil, e, como disse o presidente Castelo Branco, os meios militares nacionais e permanentes não são propriamente para defender programas de governo, muito menos sua propaganda, mas para garantir os Poderes constitucionais, o seu funcionamento e a aplicação da lei. Não estão instituídos para declarar solidariedade a este ou àquele Poder.

De fato, a Constituição da República prevê o emprego das Forças Armadas na garantia dos Poderes constitucionais, da lei e da ordem. O equilíbrio dos Poderes é um fator decisivo na democracia e se o Poder Executivo tentar rompê-lo e se impor aos demais, ao arrepio da lei, não cabe às Forças Armadas, e sim ao Legislativo e ao Judiciário - linha de frente já mencionada -, intervir, podendo haver até mesmo o impeachment do presidente. Neste caso, a linha sucessória seria seguida e, se necessário, as Forças Armadas seriam acionadas, sob o comando supremo do novo chefe da Nação, para fazer cumprir a Constituição.

Somente na hipótese de falência total dos Poderes da União, o caos institucional resultante obrigaria as Forças Armadas a exercê-los, temporariamente, para impedir a desintegração da Nação.

Nenhum cidadão é obrigado a fazer o que é ilegal ou lesivo ao País. Na hipótese em tela, oportunamente, altos chefes militares tomariam uma digna iniciativa pessoal - sem emprego de tropa nem quebra da hierarquia e disciplina: manifestar publicamente oposição à manobra da esquerda radical, com o risco de retaliações, conscientes de que a omissão seria respaldo, implícito, a ações lesivas à democracia, às instituições e ao Brasil e que a lealdade à Pátria é o maior atestado de disciplina militar. A problemática substituição desses chefes levaria a um impasse e reforçaria a reação democrática.

A sociedade é responsável pelo seu destino e deve organizar-se, como no Movimento Ficha Limpa, para pressionar vigorosamente as instituições, obrigando-as a defender a democracia, se esta for realmente uma aspiração nacional.

GENERAL DA RESERVA É PROFESSOR EMÉRITO E EX-COMANDANTE DA ESCOLA DE COMANDO E ESTADO-MAIOR DO EXÉRCITO E MEMBRO DA ACADEMIA DE HISTÓRIA MILITAR TERRESTRE DO BRASIL